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quarta-feira, 11 de junho de 2008

LÍNGUAS ESTRANHAS

Cultura Evangélica

LÍNGUAS ESTRANHAS


NOSSO COMPROMISSO É COM JESUS CRISTO E SUA NOIVA


Tema bastante polêmico no meio evangélico, chega a ser usado como arma para derrubar e destruir a fé de muitos cristãos sinceros. Sua compreensão é essencial para sermos vitoriosos na batalha espiritual.

Vejamos o que nos diz 1º Coríntios 14, 1 a 15

 

Essa carta do Apóstolo Paulo aos irmãos da cidade de Coríntios é bastante clara e explicativa sobre o tema. Lei atentamente, acompanhando, depois, algumas notas sobre cada versículo.

 

1 SEGUI o amor, e procurai com zêlo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar.

Somos exortados a procurar os dons espirituais...

2 Porque o que fala em língua desconhecida não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala mistérios.

Aquele que fala em língua desconhecida não edifica a ninguém

 

3 Mas o que profetiza fala aos homens, para edificação, exortação e consolação.

A profecia edifica a igreja, exorta-a e consola-a. Tem objetivos concretos.

4 O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja.

As línguas não interpretadas só edificam aquele que as fala, enquanto a igreja permanece sem edificação, por não entender o que está sendo dito.

5 E eu quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis; porque o que profetiza é maior do que o que fala em línguas, a não ser que também interprete para que a igreja receba edificação.

Paulo enfatiza então que profetizem, em lugar de falarem línguas estranhas que ninguém interpreta.

6 E agora, irmãos, se eu for ter convosco falando em línguas, que vos aproveitaria se não vos falasse ou por meio da revelação, ou da ciência, ou da profecia, ou da doutrina?

Paulo enfatiza que a solução é falar em línguas trazendo revelação e ensino à igreja.

7 Da mesma sorte, se as coisas inanimadas, que fazem som, seja flauta, seja cítara, não formarem sons distintos, como se conhecerá o que se toca com a flauta ou com a cítara?

Paulo compara falar em línguas a instrumentos musicais que produzem som distinguível aos ouvidos, caso contrário, estão desafinados. Como serão entendidos?

 

8 Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha?

Na análise de Paulo, se um instrumento não transmite uma mensagem clara, quem a entenderá e se preparará?

 

9 Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? Porque estareis como que falando ao ar.

Novamente Paulo enfatiza que o falar em línguas deve ser acompanhado da respectiva interpretação, para que haja edificação na igreja.

10 Há, por exemplo, tanta espécie de vozes no mundo, e nenhuma delas é sem significação.

Paulo esclarece que todos os sons no mundo tem seu significado e sua mensagem: seja o som das ondas do mar, dos rios, do vento nas árvores, dos animais, do fogo. Todos os sons são compreensíveis e transmitem uma mensagem.

11 Mas, se eu ignorar o sentido da voz, serei bárbaro para aquele a quem falo, e o que fala será bárbaro para mim.

Aqueles que insistem em falar em línguas quando não há interpretação, fazem o papel de bárbaros em relação àqueles que os ouvem. É comparado a uma invasão brutal e sem entendimento aos ouvidos de quem ouve.

12 Assim também vós, como desejais dons espirituais, procurai abundar neles, para edificação da igreja.

Paulo nos exorta ao cultivo dos dons com o objetivo único de transmitir edificação.

13 Por isso, o que fala em língua desconhecida, ore para que a possa interpretar.

Paulo exorta àqueles que falam em línguas para que orem pedindo a complementação do dom através da interpretação.

 

14 Porque, se eu orar em língua desconhecida, o meu espírito ora bem, mas o meu entendimento fica sem fruto.

Paulo lembra que nossas orações também devem ser entendidas por aqueles que as ouvem.

15 Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento.

As línguas faladas por Pedro no Dia de Pentecostes

 

Em Marcos 16,15 (IDE), os apóstolos foram enviados a pregar a “todas as nações”.

Para isso Jesus os capacitaria, para que fossem entendidos por outros povos de outras línguas (Mc 16,17)

Essa promessa cumpriu-se em PENTECOSTES (Atos 2,4): E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.

Passaram a falar a língua dos partos, medas, elamitas – Atos 2, 9 a 11.

Aqueles que os ouviam, não ouviram palavras desconexas, mas “todos nós temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus.        - Atos 2, 11.

Vejamos que Pedro nos deu um exemplo maravilhoso: falando em hebraico, outras 16 nações de línguas diferentes entenderam tudo o que ele dizia, pois o Espírito Santo providenciou a imediata tradução aos ouvidos dos ouvintes. Por quê? Porque Deus não faz obra incompleta e sem objetivos. Tudo que Deus faz é completo e com objetivos. Precisamos orar para que nossos dons sejam aperfeiçoados de tal maneira que sejam completos e com objetivos claros, definidos e divinamente inspirados.

Falsas crenças sobre o falar em línguas

 

O dom de línguas tem sido mal compreendido nas igrejas.

Alguns “pensam” estar mais completos como cristãos por possuírem esse dom. Outros asseguram que “falar em línguas” é a única prova do “batismo” pelo Espírito Santo.

Para aqueles que pensam que o dom os faz serem “mais”, lembrem-se que aquele que quiser ser o maior “seja aquele que serve”, disse Jesus.

Contrária e curiosamente, a Bíblia apresenta diversas pessoas que receberam o Espírito Santo e não falaram línguas estranhas:   

1. Samaritanos (Atos 8, 15-17)

2. João Batista (Lucas 1, 15)

3. Maria, mãe de Jesus (Lucas 1, 35)   

4. Isabel, prima de Maria (Lucas 1, 41)

5. Zacarias, pai de João Batista (Lucas 1, 67)

6. Os sete diáconos da Igreja Apostólica (Atos 6, 1-7)

7. Estevão, o primeiro mártir (Atos 6, 5 e 7, 55)

8. Paulo e Barnabé: receberam a imposição das mãos dos Apóstolos, foram separados para a Obra de Evangelização, batizados com o Espírito Santo e, todavia, não falaram em línguas (Atos 13, 2 a 3)

9. Jesus Cristo, nosso bendito Salvador, modelo único e real para todo verdadeiro cristão, foi batizado pelo Espírito Santo e não falou em línguas (Lc 3,22).

Língua estranha + Interpretação = profecia= edificação para a igreja

 

Entenda, primeiramente, a palavra profecia:

Profecia: termo geralmente entendido na linguagem comum como “previsões de coisas que estão por acontecer” possui conotação bíblica diferente e quer dizer  “ensino transmitido por Deus”. Nesse sentido, toda a Palavra de Deus é profecia aos homens, ou seja, ensinamento divino.

Para que a língua estranha se transforme numa profecia, é necessário que ela seja interpretada. Sua interpretação é que produzirá o entendimento, que é o objetivo de Deus para seus fiéis. Eles sim, os fiéis, receberão o entendimento e a edificação que Deus está enviando, atingindo o objetivo bíblico: “... o que profetiza edifica a igreja.” (1º Cor 14,4).

Portanto:

 

Línguas entendidas (ou profecias) são sinal para os fiéis

 

“... a profecia não é sinal para os infiéis, mas para os fiéis”. (1º Cor 14,22)

Línguas são sinais para os infiéis...

 

As línguas não interpretadas  “...são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis” (1º Cor 14, 22).

Cuidado: Deus prometeu falar aos infiéis por outras línguas

 

Está escrito na lei: Por gente de outras línguas, e por outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor.” (Is 28,11)

Isso se encaixa na mensagem de Isaias, que explica o porquê o povo ouve e não pode entender, porque o coração deste povo está endurecido: “Nada sabem, nem entendem; porque tapou os olhos para que não vejam, e os seus corações para que não entendam.” (Is 44,18)

O Espírito Santo não trabalha em vão...

 

Lembre-se irmão: Deus não faz obra vã, inútil, sem nenhum sentido ou objetivo.

Seu objetivo é “edificar” a sua Igreja, e somente a Igreja.

Por isso, Paulo preferia falar poucas palavras que todos entendessem, do que falar em línguas se não houvesse interpretação.

Lembre-se que falar em línguas é um dom como tantos outros maiores ou menores. Isso não importa.

Importa sim, que você os utilize em favor da edificação dos membros da  igreja e para propagação do evangelho, conforme a direção que o Espírito Santo lhe der.

Deus o abençoe.

 

Wagner Cipriano

 Editor


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“Aconselho-te que unjas os olhos com colírio, para que vejas”.

Que Deus o abençoe.

 

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